Chegou criando um redemoinho em volta de mim: de repente tudo o que eu via à minha volta era ele. Chegou avançando rápido: entre o primeiro sinal de que chegaria e o auge da sua presença foi um estalar de dedos. Não veio em silêncio, mas chegou fazendo barulho, trazendo promessas grandiosas e revolução. Arrastou tudo do seu lugar. Fez tremer bases antes tidas como sólidas. Era tão forte, tão intenso, que parecia que nunca iria passar. Se impôs como se fosse durar pra sempre.
Mas quando eu estava no ápice, dentro do olho do furacão, com a mesma força com que me sugou pra dentro desse redemoinho, ele me cuspiu pra fora. Me lançou pro nada, no meio dos escombros. E com a mesma velocidade com que veio, se foi.
E o que ficou foi só silêncio e vazio e o reverberar de suas ações. Uma casa desmanchada, desmoronada.
Mas também um céu limpo e uma chance de recomeçar.
... E toda essa suposta razão que cerceia do homem a bravura? E toda essa falsa civilização que estranha minha loucura?
terça-feira, dezembro 12, 2017
Furacão
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário