O dia está feio lá fora. Faz frio, ameaça chover e o vento não está
soprando amigável. Ainda assim eu quero sair, pois eu não suporto mais
estar preso aqui. É triste quando o que te prende é a tua própria
solidão, estar só e não gostar do que vê.
Eu te amei. Eu fui você por muito tempo. Eu te vivi. E você me foi
exatamente como uma droga: a gente começa gostando do que é, daí a
gente percebe que não é mais a gente mesmo. Tudo o que eu fiz foi
perder quem eu sou pra poder seguir seus passos. Perdi a capacidade de
julgar ou de tomar uma decisão sozinho. Escolher te viver: essa decisão
foi fácil, afinal, eu nunca fui exatamente o que eu gostaria, e ter
que lidar comigo mesmo sempre foi um pouco amargo. Difícil foi ver que
você não era dependente de mim como eu fui de você, e agora eu perdi o
jeito de ser eu mesmo.
Eu vou me abster de você. Esse dia cinza é o início de uma
reabilitação. Vou limpar meu sangue dessa tua toxina, tirar teu
oxigênio das minhas veias. Vou despir meu corpo de você e te apagar de
todo tipo de memória que possuo. Esse silêncio todo eu vou ocupar com
alguns CD's de qualquer coisa que não seja você. E essas lágrimas, eu
vou deixar que escorram. Quem sabe elas não transformem em desprezo
essa coisa doentia que um dia eu chamei 'Amor'?
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