Um toque que desmanchou antigos planos e despertou novas expectativas. Um
beijo que dizimou minha cautela e transcendeu barreiras psicológicas. Um abraço
que liquidou minha sensatez e tirou o meu controle. Um convite que desmascarou
minha maturidade e expôs minha puerilidade. Uma respiração que desmantelou
minha resistência e exibiu minha vulnerabilidade.
Eu, de novo, pequena, exposta, inadvertida.
Ele, então, no controle, tomando a maior parte da minha
consciência sem sequer se dar conta do estrago.
O abismo cada vez mais próximo, inevitável, atraente. Ele cada vez mais
longe, alheio, inatingível.
Tudo tão físico, carnal, superficial. Recheado de ofegâncias, de peles se tocando, de lábios hábeis e corpos colados.
Filmes, músicas, pessoas, a noite: tudo posto em terceiro plano. E nós dois roubando a cena no meu palco pessoal.
Ao mesmo tempo tudo tão sentido e revivido e idealizado numa mente adolescente - e que beira a infantil.
Ao mesmo tempo tudo tão sentido e revivido e idealizado numa mente adolescente - e que beira a infantil.
Todo um diálogo interno sobre cuidados e sobre não cair pela pessoa errada. Todo o autocontrole, adquirido em anos, jogado pela janela do carro. Toda a maturidade emocional pisoteada por seus pés descuidados. Todo um discurso sobre não se envolver esmagado entre nossos corpos.
Eu andei pisando torto. Eu andei fazendo escolhas ruins. Eu estive perdida. E gostei.
Mas agora eu quero o controle de novo. E pra isso você vai ter que partir.
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