A valores reduz-se a tragédia,
A estatísticas, a morte e a violência
Em sifrões se avalia a poesia
E a canção se induz à obsolescência
Tão efêmera é a expressão
De quem se diz poeta da multidão
Tão humilde a dor dos que, sem voz,
São contados de milhão em milhão.
E o que todos esses algarismos me trarão?
Os grandes, em frívolas manchetes,
Resumem a aflição dos pequenos
O tormento se torna em valores
E a pena em simples porcentagens,
Fazem da iniquidade de estranhos
Bálsamo pra grande multidão
De um mundo onde reconhecimento
Se compra com Dólar,
Respeito com Euro, amor, com Ação.
E o que todos esses algarismos me trarão?
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