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sábado, junho 18, 2011

Escravo

[...] Me fizeste súdito de teu silêncio, e escravo submisso de teu egoísmo. E planos que dantes eram relevantes perderam agora todo seu nexo diante de teu desprezo. Pedes meu corpo e ignoras minhas carícias. Imploras por meus lábios e desdenhas as juras de amor que deles jorram. És infame e profana. Amante sem senhor. Franca em tua forma de viver e, ainda assim, após cada noite em que te tenho, mais te busco ter, ainda que migalhas de ti. Teu desejo por mim grita, mas não suplanta tuas paixões materiais. Fazes de mim abrigo passageiro e depois me deixas de lado sem remorsos e sem dizer adeus. Desperto e me indago se foi sonho, e tão logo saio a te buscar feito cão, por uma derradeira _torno a jurar-me austeramente_, uma última noite de teu amor dispendioso e sem juízo.

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