Tenho me tornado monotemática e, o pior, verborrágica. Meus pensamentos são reticentes e meu silêncio, irresoluto. Não é que eu queira falar de você. Na verdade eu não quero. Eu apenas falo e parece ser maquinal às vezes. Hoje eu dei um passo. E, por mais que possa parecer que tenha sido um passo na sua direção, eu sei que o que eu desejava era ir na direção contrária. Como se significasse 'ei, já há algum tempo eu estou pronta pra partir'. Eu quis me dirigir a você. Eu quis falar com você. E quando o quis, desta forma o fiz. E, por isso, sou leve agora. Eu não guardei nem mágoa, nem amor, nem saudade, nem sentimento qualquer destes que encheram o meu peito. Tudo isso o disse da forma como me veio no peito e como me subiu à boca. Tudo isso pus pra fora com muita sinceridade e pouca reserva. Não o fiz por ti. O fiz por mim, creia-me. E, se eu me dirigir a você, não me tome por inconsequente: eu bem sei o caminho das coisas. A minha palavra diz o que quer dizer. Eu, que sempre fiz questão de ser bem interpretada, muito me explico quando se faz necessário. Mas, quando a palavra é pouca, é igualmente pouco e simples o que quero dizer. Eu sei que o mundo pode me tomar erroneamente pela forma como me manifesto. Mas eu conheço as minhas motivações, e isso tem bastado pra minha consciência. Eu tenho dormido tranquila, eu tenho me sentido muito bem só, eu tenho tido apetite e tenho saído do meu buraco escuro. Eu tenho pensado em muitas coisas diferentes de nós. E, quando você me vem à mente, vez em sempre, é com paz que meu coração abarca esses pensamentos. E eu enfrento a dor, e não a postergo, pois quando o meu passo for na direção de outro alguém, eu sei que vou estar limpa e sem sequer desejar olhar pros lados pra ver se você está ao meu alcance. Eu não tenho procrastinado a minha paz, sequer os meus afazeres. Porque a vida não espera, e é aqui e agora que eu vou me curar de você.
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