Meus passos me levam pra onde o silêncio domina. Meus pés caminham na direção onde parece não haver ninguém. Meu corpo prefere o meu quarto escuro e frio, onde eu posso lavar meus olhos enquanto meus pensamentos cegam a minha mente. Meus pensamentos me adoecem. Mas depois me fortalecem, creio eu. O que será de mim, se não puder enfrentar minha própria solidão? Meus arrependimentos, remorsos, meus fantasmas pessoais? Minha dor é minha, minha alegria também. Tenho tesouros, o que se costuma chamar de amigos, e estes, eu creio, se pudessem, carregariam um pouco dela pra mim. Mas não podem. Procuro a solidão, seja ela de tormento ou paz. Procuro a solidão porque preciso reaprender a lidar. Porque à noite, quando tudo escurece, e não há maquiagem, não há vozes, não há máscaras, não há mentiras, não há verbos, sou só eu e mim. E é hoje, como sempre foi. Ou como nunca deixou de ser.
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