[...] Houve um momento desse nosso amor em que eu apostei meu último fôlego e resolvi esperar pelo dia em que as cartas fossem dadas em meu nome, em meu lugar. E você as deu. Alívio. Depois o desespero, porque foi na hora errada. Eu pensei, amor, que isso pudesse ser daqui a um ou seis anos, quando eu me formasse e eu fosse pra uma cidade muito longe da sua, ou quando a gente achasse que estava cansado um do outro. Eu não sei você, meu bem, mas eu acho que eu nunca iria me cansar de você. Eu acho que nós poderíamos passar todo o nosso futuro pensando que não temos futuro, e ainda assim nós iriamos nos amar. Ia passar um dia e um mês e um ano e um filho e nós pensaríamos ‘será que isso é o melhor?’, mas nós nos amaríamos tanto que não teríamos coragem de arriscar. Eu não iria me esgotar de você, eu iria viver pra sempre nesse limbo entre a incerteza e uma felicidade estonteante porém incompleta. Como explicar? Isso não faria sentido pros meus amigos nem pros seus pais nem pra muita gente nem pra única pessoa que vai ler este texto porque é a única pessoa que sempre lê o que eu escrevo. Mas faz tanto sentido pra nós dois. Eu não posso te culpar porque eu te entendo. Esse é o único ponto onde eu e você não conseguiríamos apostar tão alto, só torcendo pra que desse certo. Esse é o único ponto onde -conscientemente falando- nenhum de nós está(ria) disposto a ceder. E eu vou tentar acreditar que essa é a razão por ora, porque não quero me deixar ser invadida por esses pensamentos que me dizem que eu não significo mais nada pra você. [...]
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