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segunda-feira, março 14, 2011

Retórica

Você domina bem as palavras
Você se sente o dono da razão
É doutor na arte da retórica
Persuade, convence, tem todos nas mãos
Você distorce a verdade prática
Você engana com falsa moral
Você gasta toda sua gramática
E finge falar de igual pra igual
Não se pode viver no singular
O mundo vai sempre estar no plural
Ponha as mãos na consciência
Esqueça sua louca eloquência
E se lembre que em pó e esterco
Você foi feito e vai ser desfeito
Você não é o dono do mundo
Você não dono de nada
Nem ao menos é dono da estrada
Você sequer é dono de si
Então pare de tentar possuir
E de julgar e de subjugar
Ainda há pessoas aqui
Capazes de pensar e de falar
Você tentou sorver, subverter
A ética, o conhecimento, a moral
Seu colarinho tem culpa e sangue
Seu legado é vazio, é banal
Seu nome não será lembrado
Tal qual foi seu início será seu final