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terça-feira, julho 10, 2012

Pessoas são como roupas

Porque a vida é um ciclo, e os mesmos sentimentos nos tomam mais de uma vez, com diferentes intensidades, eu torno a postar este trecho. Mas, felizmente, assim - ou quase assim - como vêm, os sentimentos vão.

"Não foi fácil ficar sem você. Alguns enjoos e um pouco de vômito me acompanharam no início, mas depois só sobrou a mágoa. E em seguida inveja.
Mágoa por ter desistido tão rápido de mim.
E inveja por ter conseguido."

Por @ma_b. Trecho extraído do texto "Pessoas são como roupas" do blog O Diabo Veste Renner.

segunda-feira, julho 09, 2012

E se...

E o que acontece se eu escolher correr sempre o risco de me arrepender por algo que eu fiz? E se eu nunca mais deixar de fazer o que eu quero ou o que me der vontade? E se eu não hesitar em dizer tudo o que me vem ao peito? Será que é verdade que os dias passam e a gente aprende?

domingo, julho 08, 2012

Outro presente

Toma, eu tô te dando. Pega esse embrulho, vai. Mas não esconde atrás do guarda-roupas, não enfia debaixo da cama. Abra. Abrace. Depois guarde no peito. Toma aí, vai, um pouco da fé que eu tenho em você.

Eu não sei por que você está passando agora. Seria hipocrisia dizer que eu já vivi isso, ou que eu consigo imaginar o que você tá sentindo. Mas se eu pudesse, aqui e agora, juntar toda a fé que eu tenho em você, eu te mandaria por e-mail ou por correio ou levaria comigo e te entregaria pessoalmente. Porque é muito devastadora essa força que eu tenho no peito pra acreditar em você. Você é linda e inteligente e esperta e engraçada e agradável e gentil e amável e interessante e franca e sincera e o que mais eu posso dizer? Que você tem tudo pra ser amada? Sim, você tem. É verdade que talvez as pessoas às vezes nos oferecem  um amor limitado e pouco e mesquinho. E é verdade que as pessoas geralmente amam por motivos errados ou pequenos ou egoístas. Mas também é verdade que há pessoas no mundo que sabem amar de forma completa e que sabem se entregar e que sabem juntar o vazio que têm no peito pra se preencher mutuamente. Neste ponto, meu bem, você está enganada se pensa que é o único exemplar neste mundo. Te amar, pra quem está a sua volta, é quase compulsório. Então apenas deixe. Deixe as pessoas te mostrarem que não acabou. Que não é por ai. Deixe as pessoas se aproximarem, e talvez até te amarem pelo motivo errado, até entenderem, então, qual é o certo. Porque quando elas chegarem onde eu cheguei, quando elas encontrarem você por completo, quando elas alcançarem o lugar que poucos conseguem alcançar, elas não vão querer sair.

(Mas, é claro, eu estou falando daquelas pessoas que sabem amar.)

terça-feira, julho 03, 2012

Desculpa

Você chegou olhando em volta com esses seus olhos profundos e com esses cílios longos e grossos que parecem querem proteger o tesouro que o seu olhar guarda. Porque é sempre sobre os olhos? Mas os seus olhos me prenderam. Eu olhava pra senha. Olhava pro relógio. Olhava pra você. Nossa, como você é charmoso. Você riu com aquele olhar de 'eu já sei disso'. Mas deve ser impressão minha porque eu não falei  isso em voz alta e você estava a uns cinco metros de mim e o barulho na fila do banco impediria que você me ouvisse e você sequer tinha notado a minha presença. Eu te olhei desejando que o cenário fosse outro. Eu te olhei querendo amar. Eu pensei em você o dia inteiro porque eu senti vontade de amar alguém só porque os olhos são profundos e a voz é suave. Eu imaginei você e eu e minhas mãos e seus cachos e uma rede e um vento e o mar diante de nós. Eu desejei você me olhando e não conseguindo fugir do meu olhar e pensando num jeito de pedir meu telefone. E eu te daria mesmo sem você pedir porque eu adoro caras tímidos. Me olha, vai? Me deixa ter uma boa desculpa pra pensar em você assim. Eu sou mesmo uma adolescente babaca que se apaixona na fila de um banco? Ou é só mais um acesso de carência de uma mulher em tensão pré-durante-pós-menstrual? Você passou por mim deixando um cheiro de lavanda e flores. Ou talvez seja só impressão minha. De repente você já estava quase na porta e eu achei que eu estava apaixonada por alguém que não notou minha existência. Mas então você parou, olhou pra trás e me atingiu em cheio com o seu olhar certo e profundo dentro dos meus. Aí você sorriu e se virou e se foi porque não havia nada mais a ser feito. E nada disso faz sentido, mas eu vou dormir pensando em você.

domingo, julho 01, 2012

Antes do tudo, o nada

Antes que se componha uma melodia inesquecível aos ouvidos, faz-se necessário um extenso silêncio pra permitir que a mente vague e que a criatividade repouse divina sobre o artista. Antes de um grande passo, um momento de pausa e de reclusa para que se tome os ares e a coragem para levar a cabo a decisão. Antes de juntar as mãos e prender o coração, é preciso ficar só e dar-se por inteiro a se conhecer. Antes das palmas calorosas e do reconhecimento, a dor sincera no peito que faz sentir-se real a tragédia, que faz valer o drama da peça. Antes da obra-prima que se reconhecerá por séculos, o quadro branco, seco e igual a fitar o artista. Antes da estreia repleta das gentes e dos sorrisos afetuosos e de expectativa, os ensaios fechados e as palavras recitadas ao vento. 
Antes do tudo, o nada. Para que aquele se faça reconhecer.