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terça-feira, abril 26, 2011

Epílogo

Com coisas demais passando em minha mente
Sentindo-me incapaz de falar por mim mesma
Estaria mentindo se dissesse que estou bem
Porque a verdade é que dói demais esperar
Que o tempo cure essa saudade dolorida
Sinto-me só, sempre vigiando o telefone
E se eu pudesse falar com você agora
Eu gostaria que você soubesse
O quanto eu estou tentando,
Mas não consigo deixar ir
Eu gostaria de poder dizer:
"Meu amor, não se preocupe"
Mas a verdade é que eu sinto sua falta
Já sinto a sua falta.
Já questiono novamente minhas razões
E, na maioria das vezes, elas parecem sem sentido
Soam completamente abstratas
Você vai fazer muita falta
Você vai causar muita saudade
E, junto, muitas lágrimas. Boas, eu acho
Daqui a pouco _ou muito_ eu vou me habituar
Mas não deixo de pensar que talvez
Tenhamos outra chance, um dia
Um dia em que as circunstâncias sejam mais generosas
Ou que nós sejamos mais fortes pra suportar.
Só quero que fique bem. Muito bem
Guardo de você amor, amizade, carinho.
E gostaria de deixar claro que
Da história mais marcante que eu já vivi
Em toda a minha _curta_ vida,
Você foi o epílogo mais lindo

domingo, abril 24, 2011

Metamorfose

Sinto mudar-me completamente
Esse tem sido um exercício diário
A cada vez que tento me compreender
Perco mais um pouco da pretensão de alcançar tal façanha
Chego a conclusões diferentes
A cada tentativa de me justificar
Ou de encontrar minhas reais causas e motivações
Questiono-me, e me respondo
E então me flagro como se pressionando a mim mesma
Tentando fazer-me revelar quem sou de verdade
Tento desvendar meus próprios padrões
E ainda tentando seguí-los
Me perco completamente e surpreendo-me
Com meus sentimentos, com minhas reações
E é fato, importo-me com pessoas erradas
Aprendo. Devagar, mas aprendo.
Mudo diariamente e, ao menos isso,
Sou capaz de notar
Mudo de opinião, questiono minhas conclusões
E mesmo assim não sei se faço do jeito certo
Dias atrás disse saber quem sou.
Hoje, não tenho tanta certeza.
Talvez daqui a alguns dias eu volte a achar que sei
E vou nesse ciclo esperando que me leve a algum lugar
Ainda que a lugar nenhum
Entre peripécias e bonanças
Mergulho em minha metamorfose
Acreditando que um dia eu chego lá

Retrospecto

Tornar a falar de sentimentos antigos
Trazer à tona mágoas passadas
Isso não me faz mal, não se preocupe por isso
Pois a cada vez que torno a falar disso
Quebro em mim um pedaço de barreira
Acho que aí está o mal que tudo isso me causou
Não poder falar, não poder dividir, sofrer em silêncio
E quando me dei conta tudo estava cicatrizado fora do lugar
Mas a cada ponto de vista diferente que ouço
As coisas ficam mais claras
Meus sentimentos tomam mais sentido
Assim sei em que chão estou pisando
O que me dói agora é o que sempre vai doer
Não há tempo nem palavras boas que acalentem
Só gestos sobre gestos são capazes de provar
Que não restaram resquícios do mal que me fizeram
O que ainda vai doer é a amizade abalada
A dor de ser enganada já perdeu sua relevância
É passageira demais pra ser levada em conta
Não doo minhas lágrimas a quem não fez por merecer
Mas, obrigada por tocar no assunto
Não me fez mal, fez bem, pois
Cada lágrima que eu derramo por tudo o que sofri
É uma parte da dor sendo deixada para trás
E, a propósito, eu te amo.
Não se incomode com as pessoas más e, eu prometo,
Também não vou me incomodar.

quinta-feira, abril 14, 2011

Pensamentos Soltos

"[...]E compartilhávamos um amor puro
De muito cuidado e pouca conversa
Foi aí que me dei conta:
Amor não implica afinidade"

terça-feira, abril 05, 2011

Rumores

Rumores. Sórdidos. Sádicos.
Passando por minha janela como um vento cruel
Fazendo estardalhaço em minha mente
Gritando, apressando minha razão
Palavras soltas, vozes anônimas
Revelam sua verdadeira intenção
E agora, em meu silêncio, me atino
À cor do teu olhar ao me dizer gentilezas,
-Era cor de escuridão, cor de amargura-
Delicadezas, enganos sutis, mentiras vis
E então te olho com um olhar de compreensão
E te acho desprevenido, desprovido
De máscaras, E encontro,
-No fundo de seus olhos escuros-, sua intenção
E vejo quão más são suas intenções
E sinto quão vazia é a sua existência
Tão vazia de fazer querer morrer
E então um lapso de entendimento:
Me passa pela cabeça que talvez tu
Prefiras a dor que a insignificância
Ainda que a dor alheia, teu cruel pungimento
Por já não seres capaz de sentir nada
Mergulhado em seu torpor, lastimoso e silente
Rumores. Sólidos. Tácitos.
Se calam em um eclodir surdo