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terça-feira, abril 05, 2011

Rumores

Rumores. Sórdidos. Sádicos.
Passando por minha janela como um vento cruel
Fazendo estardalhaço em minha mente
Gritando, apressando minha razão
Palavras soltas, vozes anônimas
Revelam sua verdadeira intenção
E agora, em meu silêncio, me atino
À cor do teu olhar ao me dizer gentilezas,
-Era cor de escuridão, cor de amargura-
Delicadezas, enganos sutis, mentiras vis
E então te olho com um olhar de compreensão
E te acho desprevenido, desprovido
De máscaras, E encontro,
-No fundo de seus olhos escuros-, sua intenção
E vejo quão más são suas intenções
E sinto quão vazia é a sua existência
Tão vazia de fazer querer morrer
E então um lapso de entendimento:
Me passa pela cabeça que talvez tu
Prefiras a dor que a insignificância
Ainda que a dor alheia, teu cruel pungimento
Por já não seres capaz de sentir nada
Mergulhado em seu torpor, lastimoso e silente
Rumores. Sólidos. Tácitos.
Se calam em um eclodir surdo

2 comentários:

  1. Gosto muito de poemas como este, Vivian, que começam "turbulentos" e terminam com "calmaria". Congratulações!

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