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sábado, outubro 20, 2012

Sobre pertencer

E então eu voltei pra essa cidade fria e vazia, e - não sei se porque eu realmente procurei por isso, e/ou se porque eu precisava disso - eu projetei em você o meu porto-seguro. O lar, aquele que sempre está lá quando você precisa voltar. Aquele que te faz se sentir confortável, e que espera você e o seu momento. A decoração nem era do meu jeito, a fachada nem tinha a minha cara, mas era o meu lar...
Então esse mundinho sacana deu meia volta, sacudiu e te jogou pra fora do meu mundo. Foi pá-pum. Não tive tempo de pensar, de planejar, só vi você chegar sorrindo e comemorando, e tudo o que eu consegui fazer foi dar um sorriso de lábios cerrados e ficar por ali uns cinco minutos, até que eu sufoquei e procurei um canto escuro pra eu poder chorar e chorar e chorar. Por quê? Nossa, quantas vezes eu me fiz essa pergunta. Eu não entendi no início, nem sei se entendo agora. Mas é que, e aí? Você vai embora e eu o quê? Vou dividir com quem minhas coisas? Vou contar pra quem aquelas surpresinhas agradáveis ou não que o dia me faz? Vou cozinhar com quem? Vou ser ouvida por quem? É, a verdade é que agora, mais do que nunca, eu me sinto só. E eu estou, mesmo, só.
Passar a pertencer tem sido um processo trabalhoso demais pra mim...

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