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quarta-feira, dezembro 22, 2010

Dia e Noite (João e Maria)


'Acorda que já é dia', diz João a Maria
'Vem me dar seu beijo doce, e ver que faz um lindo dia'
Mas com os primeiros raios do Sol, chega junto a razão,
Grita, apela com Maria, junto à porta do seu coração
'Vá-se logo, Maria, Maria! Larga-te do teu João,
Não te lembra dos teus medos? Não te rendas à emoção'
E maria, despenteada, nem despede do seu amado,
Deixa atrás uma parte de si, Vai com seus medos ancorados
À sua mente, ao seu coração, que se cala, resignado,
Diante da luz do Sol que o expõe, intimidado
Mas ao crepúsculo a Lua se revela antes de o Sol sumir no céu
E a metade-Lua de Maria quer se descobrir, rasgar seu véu
Mas a outra metade de Maria tenta lutar até que então, junto ao Sol, se põe a razão,
e o pobre coração de Maria pede, implora por seu João
E a tudo o que construiu, dá Maria seu leve adeus,
E livre da razão que o puía, seu coração invade da noite o breu
E pela madrugada o respirar de João faz-se sua motivação
Seu toque vai quebrando seu gelo, deixando-a à flor da pele, à mercê do coração
Mas só até o Sol nascer, e então todos os receios reaparecerão
Pois junto da luz do Sol vem, mordaz e severa, a razão,
Então Maria implora, 'assim que o Sol se puser, me leve daqui João,
Onde não haja mais volta, Onde não mais retorne o chão'

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